sexta-feira, 29 de julho de 2011

Corre

Acorda.
Corre a preparar e tomar o café da manhã e sair correndo para pegar o ônibus lotado, repleto de mundinhos particulares com suas órbitas cheias de dilemas, dúvidas e problemas. Há os que se isolam com alguma leitura. Outro, com suas músicas guardadas em seu player ou celular. Alguns que conversam, interagem e outros que têm olhar perdido para o nada. Ou apenas assim se fazem.

Vai o ônibus, serpenteando pelas vias, acelerando, parando, motorista emburrado, motorista carrancudo ou, com alguma sorte, motorista educado que pensa que aquela senhora idosa precisa de um tempinho a mais pra se acomodar no assento, caso haja algum disponibilizado pelo bom senso, ou por educação.

Um segundo a mais e alguns bufam, já estressados logo cedo, pois o motorista é lento. Precisa correr para chegar no horário. Precisa correr para que o chefe, muitas vezes mesquinho e paranóico, não desconte aqueles 5 minutos a mais, inevitáveis, pois há mais ônibus, há carros, há motos e há sinais.

Segue o ônibus. E para mais uma vez. Desce o trabalhador, sobe o trabalhador. Vai mais uma vez, seguindo e parando no corre-corre incessante.

Chega o destino. Anda depressa, ou corre, para chegar ao trabalho, bater o ponto, assinar o livro e começar a rotina. Corre, pois tem serviço, tem trabalho, tem cliente esperando, tem chefe cobrando, tem colega desesperado. Tem prazo, tem hora, tem que fazer, tem que entregar.

Corre pra chegar no ponto e pegar o ônibus de volta para casa, que mais uma vez, serpenteia pelas vias. 

Para. 

Entra gente, sai gente. Entra muita gente. Lotado, mais uma vez. Anda. Para. Todo mundo tem pressa pra chegar em casa, pra ficar com a família ou apenas pra ficar sozinho, perdido com suas neuras, suas dúvidas e aflições.

E assim a semana passa correndo, pra chegar o fim de semana, que passa rápido demais. Abre os olhos e já é segunda. Piscou, segunda novamente.

E corre, corre, corre..

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